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Nódulo na Tireoide: Quando Devo Me Preocupar?
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Nódulo na Tireoide: Quando Devo Me Preocupar?

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Nódulo na Tireoide: Quando Devo Me Preocupar?

Tempo de leitura: 8 minutos

Introdução

Descobrir um nódulo na tireoide pode gerar ansiedade. Muitas pacientes chegam ao consultório assustadas após um exame de rotina revelar essa alteração. A boa notícia é que a maioria dos nódulos é benigna: estimamos que menos de 5% sejam malignos. Este artigo transforma preocupação em informação útil, ajudando você a entender quando investigar com mais calma e como conduzir o acompanhamento.

O Que São Nódulos na Tireoide?

A tireoide é uma glândula em forma de borboleta localizada na parte frontal do pescoço. Ela produz hormônios essenciais para o metabolismo, crescimento e desenvolvimento. Nódulos tireoidianos são áreas de crescimento anormal dentro da glândula e podem ser:

  • Sólidos: compostos por células tireoidianas.
  • Císticos: preenchidos por líquido.
  • Mistos: combinação de componentes sólidos e líquidos.

Em grande parte dos casos, o nódulo é descoberto por acaso em ultrassonografias ou exames solicitados por outros motivos. Mesmo quando palpável, ele pode existir há anos sem causar qualquer sintoma.

Sintomas: Quando o Nódulo Dá Sinais

A maioria dos nódulos não causa sintomas. Entretanto, alguns sinais merecem atenção:

  • Protuberância visível ou palpável no pescoço.
  • Sensação de bolo na garganta ou dificuldade para engolir (disfagia).
  • Dificuldade para respirar ao deitar.
  • Rouquidão persistente.
  • Dor no pescoço ou no ouvido.

Além disso, certos nódulos produzem hormônios em excesso (nódulos autônomos), provocando perda de peso, palpitações, tremores e sudorese. Sempre que um desses sinais surgir, procure avaliação especializada.

Sinais de Alerta: Quando Procurar um Especialista

Algumas características clínicas e radiológicas aumentam a suspeita de malignidade. Procure um cirurgião de cabeça e pescoço com brevidade se observar:

  • Crescimento rápido do nódulo em semanas ou poucos meses.
  • Rouquidão persistente por mais de duas semanas.
  • Nódulo firme, aderido ou que não se move ao toque.
  • Histórico familiar de câncer de tireoide.
  • Exposição prévia à radiação na região do pescoço.
  • Linfonodos aumentados ou dolorosos.
  • Nódulo com mais de 4 cm de diâmetro.

Fatores de Risco Complementares

  • Sexo masculino.
  • Idade menor que 20 anos ou maior que 70 anos.
  • Presença de síndromes genéticas familiares (ex.: NEM2).
  • Crescimento acelerado no acompanhamento seriado.

Ter um ou mais desses fatores não significa que o nódulo é maligno, mas reforça a necessidade de avaliação detalhada.

Como É Feito o Diagnóstico?

1. Consulta Clínica Completa

Na primeira consulta avalio sintomas, histórico familiar e pessoal, palpo o pescoço e verifico possíveis alterações na voz. Esse exame direciona os próximos passos.

2. Ultrassonografia de Tireoide

É o exame principal para caracterizar nódulos. Informações essenciais:

  • Tamanho e estrutura (sólido, cístico ou misto).
  • Bordas, calcificações e vascularização.
  • Classificação TI-RADS, que estratifica o risco de malignidade.
  • Avaliação de linfonodos cervicais.

3. Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF)

Quando indicada, a PAAF oferece alta precisão diagnóstica. O procedimento:

  • Utiliza anestesia local.
  • Dura poucos minutos.
  • Coleta células para análise citológica.

O resultado classifica o nódulo como benigno, suspeito, maligno ou indeterminado.

4. Exames Laboratoriais

  • TSH e T4 livre para avaliar a função hormonal.
  • Tireoglobulina e anticorpos em situações específicas.

5. Cintilografia da Tireoide

Solicito apenas quando o TSH está baixo, para identificar nódulos hiperfuncionantes (quentes).

Opções de Tratamento

O tratamento depende do resultado dos exames e dos sintomas apresentados.

Nódulos Benignos

  • Observação: acompanhamento com ultrassom a cada 6–12 meses.
  • Intervenção quando há crescimento significativo, sintomas compressivos ou incômodo estético.
  • Ablação por radiofrequência (RFA) pode ser uma alternativa minimamente invasiva em casos selecionados.

Nódulos Malignos

  • Cirurgia é o tratamento padrão (tireoidectomia total ou lobectomia).
  • Remoção de linfonodos quando há comprometimento confirmado.
  • Radioiodo e terapia supressiva com levotiroxina conforme necessidade.
  • Seguimento contínuo com exames clínicos e laboratoriais.

Nódulos com PAAF Indeterminada

  • Repetição da PAAF.
  • Testes moleculares para avaliar risco de malignidade.
  • Cirurgia diagnóstica quando o risco residual é relevante.

Prognóstico

  • Nódulos benignos: não aumentam risco de câncer e geralmente permanecem estáveis.
  • Câncer de tireoide: quando diagnosticado precocemente, apresenta taxa de cura superior a 95%, crescimento lento e excelente qualidade de vida após o tratamento.

Perguntas Frequentes

Nódulo benigno pode virar câncer?
Não. Nódulos benignos permanecem benignos; o que muda é a necessidade de acompanhar possíveis alterações.

Todo nódulo precisa de cirurgia?
Não. A maioria é acompanhada clinicamente com segurança.

A punção dói?
É semelhante a um exame de sangue e costuma causar apenas leve desconforto.

Posso engravidar se tenho nódulo?
Sim. O ideal é estar com os exames em dia antes da gestação.

Alimentação interfere?
Não há dieta capaz de eliminar nódulos. Recomendo apenas hábitos saudáveis e acompanhamento médico.

Seu Próximo Passo

  • Agende consulta com um cirurgião de cabeça e pescoço.
  • Leve todos os exames previamente realizados.
  • Anote dúvidas para esclarecer durante o atendimento.
  • Informe histórico familiar de doenças da tireoide.
  • Mantenha-se calma: informação atualizada faz diferença.

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Disclaimer

Este conteúdo tem caráter informativo e educacional. Não substitui avaliação médica, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre um especialista em cirurgia de cabeça e pescoço para orientação individualizada.

Sobre a Autora

Dra. Aline Viana
CRM-SP: 147410 | RQE: 39810
Cirurgiã de Cabeça e Pescoço formada pelo A.C. Camargo Cancer Center. Doutora em Oncologia pela FMUSP. Especialista em cirurgias da tireoide, paratireoide e glândulas salivares. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP). Apaixonada por educação em saúde e cuidado humanizado.

Siga nas redes sociais: Instagram @dra_alineviana | LinkedIn /Aline Viana

Referências

  • Haugen BR et al. 2015 American Thyroid Association Management Guidelines for Adult Patients with Thyroid Nodules and Differentiated Thyroid Cancer. Thyroid. 2016.
  • Tessler FN et al. ACR Thyroid Imaging, Reporting and Data System (TI-RADS). J Am Coll Radiol. 2017.
  • Durante C et al. The Diagnosis and Management of Thyroid Nodules. JAMA. 2018.

Data de publicação: 13/10/2025
Última atualização: 13/10/2025

Dra. Aline Viana

Dra. Aline Viana

CRM 147410 | RQE 39810

Cirurgiã de Cabeça e Pescoço especializada em tireoide e procedimentos de Radiofrequência por Ablação (RFA). CRM 147410.